Pressão do Corinthians, ligação com CBF e '30%' tiraram FBA da Série B

Pouco alardeada, a ruptura do contrato entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Futebol Brasil Associados (FBA) para gestão comercial da Série B escancarou um cenário turbulento. Nos bastidores, a mudança já vinha sendo arquitetada desde o ano passado pelo Corinthians, que ganhou a simpatia de alguns clubes por conta do valor acima do normal de uma comissão paga após um contrato de patrocínio.

Todos os clubes ouvidos pelo UOL Esporte foram unânimes em apontar o Corinthians como grande mentor da saída da FBA da Série B. O clube alvinegro entrou em conflito com a entidade após alegar problemas no pagamento da sua cota por ter participado da Segundona no ano passado

Em um documento com data de 10 de outubro de 2008, enviado à agência Sport Promotion, parceira da FBA na comercialização de propriedades comerciais, o presidente da entidade gestora da Série B, José Neves Filho, confirma os termos do acordo firmado com o Corinthians: R$ 5 milhões como cota, divididos em sete parcelas de R$ 714 mil.

Neves Filho ainda diz no documento que autoriza a Sport Promotion a pagar diretamente ao clube R$ 2.865.000,00, "provenientes de recursos de propriedades publicitárias". Esse valor é referente às duas parcelas que venceriam em outubro e as outras duas de novembro de 2008. As três primeiras já haviam sido quitadas.

A insatisfação do Corinthians, no entanto, ganhou vazão com outros clubes paulistas participantes da Série B de 2008, principalmente com o Bragantino, apontado pelo presidente da FBA como seu "inimigo particular", sem explicar o motivo. A gota d'água, no entanto, foi quando o Vasco foi rebaixado.

Com o bom relacionamento do presidente vascaíno Roberto Dinamite com o mandatário da FBA, ficou acertado inicialmente que o clube ganharia R$ 1,5 milhão da entidade. O restante da cota deveria ser discutido pelo clube diretamente com a Globo, detentora dos direitos de transmissão. Insatisfeita, a agremiação carioca se juntou ao Corinthians para tentar arrecadar mais durante a sua participação na Série B.

Com esses dois novos "capitães", clubes menores puderam expor suas frustrações com a administração da FBA. Um dos principais pontos que gera reclamações é o pagamento de uma comissão de 30% após a captação do patrocínio da cervejaria Schincariol. Pelo acordo, a empresa pagará R$ 27 milhões por um contrato de três anos (entre 2008 e 2010).

Como o valor cobrado era acima da média de mercado, foi realizada uma reunião para que os clubes dessem o aval para o negócio. Com as assinaturas, R$ 8,1 milhões foram divididos igualmente por três agências de marketing: Green, Champs e Sport Promotion. Esta última, por ter acordo de exclusividade com a FBA, ganhou a sua parte sem nem ter participado das negociações.

Esse "presente" que a Sport Promotion recebeu, no entanto, não significa que o relacionamento da empresa com a FBA era dos melhores. O contrato entre as partes terminou no fim do ano passado, e não havia sido assinado, apesar de o presidente da entidade que fazia a gestão da Série B dizer que tinha interesse em continuar a parceria.

Segundo o Blog Negócios do Esporte do jornalista Erich Beting, no entanto, desde o ano passado a FBA já tentava diminuir a dependência da Sport Promotion na negociação de patrocínios para a Segundona. Na virada do ano, sem a renovação do contrato entre os dois, porém, o clima ficou de vez insustentável. Tanto que, agora, com a CBF capitaneando a Série B, a Sport Promotion deve assumir a venda das propriedades comerciais do torneio.

Fonte: UOL ESPORTES

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